
“Há uma fenda em tudo. É assim que a luz entra.” Leonard Cohen
Vivemos num tempo em que falar e mostrar vulnerabilidades, de certa forma, nos inferioriza. Tudo e todos nos empurram para a eficácia e para o atingir de resultados, muitas vezes sem sentido. Esta constante luta pelo sucesso que implica, em muitos casos, uma competitividade desumana, deixa muito pouco espaço a falhas e a sermos quem de facto somos: seres vulneráveis e imperfeitos. Há uma cada vez maior ilusão inconsciente de que somos ou que temos de ser perfeitos.
Quanto mais essa ideia se instala, maior o nosso afastamento em relação a Deus. Ao nascer numa simples e frágil manjedoura, Jesus revela-nos não só a Sua grandeza, mas também a Sua intenção de nascer nas e a partir das nossas fragilidades. Ele quer revelar-Se a partir das nossas vulnerabilidades fazendo o caminho da Conversão connosco. Caminho esse que passa por aceitar a nossa condição de fragilidade (humildade) e por esculpir tudo o que nos afaste D’Ele, dos outros e de nós próprios.
Não sei a que “luz” Leonard Cohen se referia. Para mim, essa “luz” é claramente a Luz. Não me imagino a lutar por ser melhor pessoa sem a presença de Deus que me inspira, dá força e me acompanha.
Deus quer fazer das nossas vulnerabilidades, o Seu Templo!
João Pedro Lisboa