
Feliz o homem que decidiu aventurar-se
pelo caminho contrário.
Ei-lo que vem das terras altas,
Guiado pela sede do mundo a vir.
Açoitado pela desolação da terra não lavrada,
Perplexo,
Sabe que chegou atrasado
À casa devorada pelas chamas.
No seu regresso
Murmura, lentamente, uma e outra vez,
As palavras da idade de oiro
As palavras de onde todos os começos romperam,
As palavras do alívio e da consolação.
No silêncio luminoso da manhã, reconstrói
O muro em ruínas, consola a criança que chora.
Ele é o homem que regressa do mundo antigo
Despertando delicadamente as harmonias,
As vibrações, a pequena plenitude.
Feliz o homem
Visitado pela palavra que vem do futuro,
A palavra ainda por dizer.
Ele espera a doçura vespertina,
A combustão lenta, a água que lava e refaz,
O hálito
Do hóspede ignorado.
pedro martins