Como se combate o mal quando o mal está por todo o lado? Como se mantém a convicção daquilo que é reto e certo e justo? Como pesar na balança essa crença com uma família que precisa de um pai? “Que fazer quando tudo arde?” (Eugénio de Andrade), quando todos capitulam, quando os argumentos do racional são eles mesmos racionais? Sim, como pode o homem lutar contra as trevas do mundo?
Que farei do meu trabalho diário, cortar a lenha, ceifar nos campos, ordenhar as vacas, deitar-me com a minha mulher na erva olhando para cima, para o alto? Que farei desse amor laboriosamente tecendo mais amor?
E minha mãe velha e viúva que chora ao ver-me partir?
Que peso tem ainda a palavra redenção diante do Anticristo?