Esta reflexão resulta da lenta sedimentação de tudo o que leio, ouço, vejo e reflito: as notícias da atualidade, a descrição de personagens do passado, de povos pessoas ou Estados. Em tudo o que vejo, leio ,registo estão presentes os mesmos movimentos da natureza humana: vontade de poder; domínio do outro ou dos outros; procura de riquezas; expansão e conquista; amor do dinheiro; inveja e ciúme; vontade de ser maior ou melhor que os outros.
Quer seja na literatura, no cinema, na história – tudo é a eterna repetição dos mesmos movimentos da natureza humana: seja na relação da pessoa A com a pessoa B, na expansão do Império Persa, Romano ou Grego.
Só há uma solução para quebrar este ciclo perpétuo: o Evangelho de Jesus e o estabelecimento do Reino de Deus na terra. A história do cristianismo nestes dois mil anos é a tentativa (frágil) de dar expressão a este novo eon. Não há outra forma de quebrar o ciclo do homem velho senão pela formação de pessoas, comunidades, experiências que sejam uma expressão do homem novo e de uma nova lógica.
Essa lógica exige uma profunda conversão para a dimensão do serviço e do amor desinteressado e não há outro caminho. Não é uma mudança moral mas existencial. Precisamos neste mundo de pessoas alegres, livres, serviçais, habitadas por uma outra lógica.