Quando subia a avenida vi dois jovens, felizes, a bordo de uma trotinete. Pareciam alheados do trânsito, dos estados de alma dos condutores. Dois jovens num mundo paralelo, só deles.
De um lado, a alegre inconsciência, dois seres humanos protegidos por nada: um pedaço de metal com duas rodas e alguma velocidade. Do outro, os carros, motas, camiões e autocarros, circulando, subindo e descendo, em magotes.
Num repente, veio ao meu espírito uma certa forma de estar na vida despreocupada, néscia, vivendo alegremente o momento presente, alheia aos perigos e acidentes que inevitavelmente surgem no caminho. Quantas pessoas assim haverá, impreparadas para “aquele dia”, totalmente incapazes de fazer face a uma contrariedade, um problema, um drama?
É preciso muita atenção e destreza para viver no meio do trânsito. Respeitar os camiões TIR, ceder a passagem aos transportes públicos e não se precipitar apenas porque o semáforo vai ficar vermelho.
É preciso não esquecer as lições de código e condução que ajudam a evitar o desastre. O que não pode acontecer é circular à desfilada, sem aprendizagem, sem proteção, totalmente à mercê do caprichos rodoviários e da maldade dos humanos.
Possam esses e todos os jovens levar a sério o camião que circula na direção contrária.