Platitudes XVII

– É bom ter amigos. Desses que ainda trazem bem incrustado no seu ADN moral a direção de uma vida virada para os outros, feita de amor e serviço. São peças de uma só costura, humanos e falíveis, mas sem refolhos na alma nem sombra no olhar. Sorriem e, neles, vemos a esperança do melhor que a humanidade pode dar.

– Ao ler “Contra a corrente“, de Roger Scruton, não posso deixar de pensar o quão doente está a nossa sociedade. Uma e outra vez, emerge em mim a consciência de que podemos estar submersos sem o saber ou respeitando um ar poluído sem disso dar conta. Scruton não faz compromissos com o ar do tempo.

– “Tudo importa, exceto o todo.” Disse Chesterton. E eu interpreto: ocupamos o nosso tempo na minúcia, no detalhe, no parcelar, no acessório. Não habitamos o todo: perceber o que nos move nesta vida, de onde vimos, para onde caminhamos. As grandes perguntas e dúvidas, os sinais avisadores de mudança de direção jazem poeirentos nas traseiras de uma qualquer repartição.

– Agitados por tantos e tão díspares “ventos de doutrina“, procuremos refúgio nas verdades eternas, ainda que elas mesmas sejam da ordem do horizonte-por-buscar mais que da captura e da domesticação. Empreendamos o caminho, sabendo que ao avançar, a solidão e a dúvida se nos juntarão como companhia.

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