É o título do livro que acabei de ler, da autoria de Roger Scruton, filósofo conservador inglês, falecido recentemente.
Li-o com prazer e quase sofreguidão. O livro é a compilação de um conjunto de crónicas que o autor foi escrevendo para diferentes meios de comunicação. Srcuton escreve muitíssimo bem. A prosa é inteligente, desassombrada, com o fino sentido de humor típico de um gentleman inglês.
Por vezes sinto-me perplexo com a rapidez e a profundidade das mudanças sociais, culturais, políticas e económicas que vão ocorrendo a grande velocidade. Discordando de algumas delas, dou comigo a pensar se o problema será meu, se não estarei a “desacompanhar” o ar do tempo. Roger Scruton dá uma preciosa ajuda, apresentando a sua visão fundamentada da realidade, impiedosa com aquilo que crê serem fraudes intelectuais, interesses instalados ou campanhas censórias por parte dos ideólogos do politicamente correto.
Mais: a sua visão do mundo não é primariamente ideológica ou política. Chama a atenção para coisas tão importantes como o lar, as relações de vizinhança, as práticas e ritos ancestrais que nos ligam a um espaço e um tempo.
E, a acompanhar todas as viagens e deambulações intelectuais, a omnipresença da necessidade vital de beleza, capaz de nos redimir e tornar mais suave a nossa passagem por este mundo tumultuoso, no qual não falta a maldade humana, a qual Scruton sentiu na pele no final da sua vida.