Pensa bem na tua situação

«Assim fala o Senhor do Universo: Este povo diz: “Não chegou ainda o tempo de se reconstruir o Templo do Senhor”». E a palavra do Senhor foi manifestada, por meio do profeta Ageu: «Para vós chegou o tempo de habitardes em casas confortáveis, enquanto este Templo continua em ruínas». Por isso, assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa situação. Semeais muito e colheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não matais a sede; vestis-vos e não vos aqueceis; e o operário mete o seu salário num saco roto». Assim fala o Senhor do Universo: «Pensai bem na vossa sorte: Subi ao monte, trazei madeira e reconstruí o meu Templo; nele porei a minha complacência e manifestarei a minha glória», diz o Senhor.

Ageu, 1, 1-8.

Palavras duras, difíceis de ouvir quanto mais de engolir! O povo andava entretido na sua vida, não quer saber daquilo que para Deus é importante. O seu pequeno mundo fala mais alto que que o sangramento do coração de Deus. Trato da minha vida, do meu trabalho, da minha família – que me interessa, fora disso? Para lá da minha porta, que me interessa o resto?
Mas Deus diz: pensa bem na tua situação. Essa blindagem quotidiana pouco te sacia: crês-te em segurança porque a “vida te corre bem”; esse dinheiro que amealhas dá-te a segurança dos opulentos; os teus filhos belos, felizes e sadios enchem-te de orgulho como um estandarte levantado; semeias, lutas, vences, mas o teu olhar não sobe acima dos muros com que edificaste a tua vida: os teus e basta. Sim, apenas esses contam.
Mas olha, diz, Deus, levanta os olhos: não é o mundo pasto de chamas? Não ouves um grito surdo? E, no entanto, bem te basta a casa confortável, laboriosamente construída. Mas levanta os olhos, ainda! Não está o templo do coração de Deus em chamas ou destruído ou ferido ou calcado aos pés (enquanto compras ainda isto e aquilo, bebes mais um copo, planeias a última “escapadinha”)? Olha, que é o profeta que fala. E diz mais, esse desgraçado: que colhes pouco do que semeias com todo o amor do teu coração, que não te sacias com nada, que andas com os lábios secos, morto de sede, vestido e com frio. Ao fim e ao cabo, acumulas e guardas, mas nada se conserva. Como num saco roto, a sementeira parece ter sido em vão.
E lá está a voz paciente do Deus dos Patriarcas: constrói o Templo, levanta os olhos e o coração afora das tuas muralhas. Entra na construção, chama outros, o dia desponta, há vento fresco a despertar as nascentes.
Sobe ao monte, criatura, sobe ao monte! Se ao menos o teu olhar se alevantasse, verias a glória do Senhor, o esplendor do Senhor, a beleza e a majestade daquele que é, ele mesmo, o lugar sagrado. Esse que te espera, cântaro na mão para dar de beber às tuas sedes, para te abrir o caminho dos começos, para que possas cantar o cântico dos que sobem da morte para a vida, esses que caminharam pelo noite fora, sustentados apenas pela palavra da promessa.

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