
Oh, a dignidade do gesto, na sua calma e tranquilidade. A beleza da pessoa que lê, que sabe e precisa estar só, erguendo um libelo, até de si desconhecido, contra a multidão alinhada. Que se ergue acima do instante, pelo olhar levantado ao que está longe.
A forma como se senta, elegante, discreta. É essa a redenção que procuro, essa redenção que resgata a condição humana no que tem de primário e corrosivo. E tanto dos nossos dias significam opor o rosto e o corpo a palavras inúteis, onde a criança perdida desiste, rostos onde transparece a tristeza de uma sede oculta que nada pode estancar.
Então, quando a beleza, a luz, um gesto que vêm do outro mundo aparecem, alguma coisa ressurge e a redenção da alma ocorre.